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Inês Morujão
Inês Morujão
Psicóloga Clínica (C.P. 27193)

Experiência Profissional
  • Recomeçar | Cofundadora do Projeto | Psicóloga Clínica - Acompanhamento psicológico de adultos;
  • Formação em Terapia de Casal;
  • Associação de Saúde Mental Doutor Fernando Ilharco | Psicóloga Clínica - Reabilitação de adultos com doença psiquiátrica crónica;
  • Universidade de Évora | Psicóloga Clínica - Acompanhamento psicológico de estudantes universitários;
  • Centro de Respostas Integradas do Alentejo Central | Psicóloga Clínica - Intervenção em comportamentos aditivos e dependências com adolescentes e adultos.

A vida é um fluxo contínuo de encontros e desencontros, de despedidas e recomeços, onde cada laço criado carrega consigo a possibilidade da perda. Ao longo de toda a nossa existência, somos confrontados com a impermanência das coisas e o luto, nas suas diversas formas, acaba por estar sempre presente como um lembrete silencioso da finitude - seja com a perda de um ente querido, o fim de uma relação ou com o encerrar de um ciclo profissional.

Mesmo quando somos nós a escolher fechar um capítulo, o processo de luto está lá, e por vezes carrega em si sentimentos de vazio, solidão ou ausência que podem ser sentidos como avassaladores. No entanto, o luto é também um movimento interno de reconstrução e de reinvenção. Qualquer momento de rutura ou de perda é também um convite a explorar novos caminhos e pode representar um lugar de introspeção e de autodescoberta. Sem o vazio, não haveria espaço dentro de nós para a mudança. Aliás, muitas vezes, é no vazio que ocorre a transformação.

É neste sentido que a psicoterapia pode desempenhar um papel essencial na nossa vida, pois oferece um espaço seguro onde podemos explorar as nossas dores e angústias, acolhê-las como partes importantes de nós e da nossa história, e dar-lhes um novo significado. A psicoterapia permite a integração das nossas vivências e das perdas que elas representam, e portanto ajuda-nos a encontrar um sentido mesmo no vazio. E é neste espaço de integração (e aceitação) que a mudança e o desenvolvimento se tornam possíveis.

Dentro da finitude da vida há muitos fins, mas também há muitos começos. Cada desfecho e cada perda carregam em si a promessa do início de uma nova história. E até mesmo na ausência, na falta e no vazio, existe espaço para algo novo. Um recomeço.

— Inês Morujão

Nicole Furtado da Silva
Nicole Furtado da Silva
Psicóloga Clínica (C.P. 27752)

Experiência Profissional
  • Recomeçar | Cofundadora do Projeto | Psicóloga Clínica - Acompanhamento psicológico individual;
  • Especialidade Avançada Pós Universitária | Medicina Psicossomática;
  • Clínica Mente Sã | Psicóloga Clínica - Acompanhamento psicológico da comunidade;
  • 1ª Conferência Internacional de Saúde Mental | Organização, moderação, participação;
  • Conferência: Conversas sobre Saúde Mental | Organização;
  • Universidade de Évora | Psicóloga Clínica - Acompanhamento psicológico de estudantes universitários.

Desde o início da nossa existência, somos como pequenos barcos ancorados em portos “seguros” (lar), guiados por faróis (cuidadores) através das águas turbulentas (infância), navegando entre mares de segurança a angústia, onde as ondas da incerteza ameaçam afundar a nossa frágil embarcação.

Esta experiência inicial molda a forma como lidamos com as relações futuras, onde cada nova relação carrega em si a alegria do encontro, mas também a semente da separação e perda - sensação de vazio e desamparo, o que pode ser profundamente doloroso e despertar uma angústia.

À medida que crescemos, enfrentamos diferentes tipos de separação, seja a perda de um ente querido, o fim de um relacionamento ou mesmo mudanças significativas na vida. É através da angústia sentida nessas separações, que podemos entender que a solidão é uma parte intrínseca da nossa existência e que é nela que nos descobrimos a nós mesmos, que aprendemos a ser inteiros.

A psicoterapia psicanalitica ensina-nos que os primeiros desamparos não são meros episódios passageiros, mas sim pedras angulares na construção do nosso ser. Que, procuramos reviver esses laços inicialmente estabelecidos, na esperança de recriar um porto seguro no outro. Contudo, cada nova relação traz consigo a dualidade entre o desejo do vinculo e o medo do desencontro consigo mesmo. Através da relação terapêutica, temos a oportunidade de reconstruir essas experiências, permitindo-nos encontrar novas formas de lidar com a dor.

É um recurso que permite (re)constuir, a dois, a capacidade de estar só e, desse modo, a capacidade de estar no mundo e se relacionar com ele - é assim que começamos a abrir espaço para uma maior compreensão de nós mesmos (lugar da instrospeção). A psicoterapia oferece um espaço seguro e acolhedor onde podemos explorar as camadas profundas do nosso ser, desvendando os padrões de vínculo e desamparo que moldaram a nossa vida.

— Nicole Furtado da Silva